Um cartaz despertou a curiosidade de quem passou pela Praça das Artes durante o 3º Festival Cultural de Xadrez, promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Barueri (Secult). A autoria foi de Luciano Gomes, instrutor do projeto “Xadrez Autismo”, iniciativa voltada para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), realizada pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SDPD). Atualmente, o projeto atende sete alunos com o transtorno, que participam das aulas semanais todas as terças-feiras, das 8h às 12h.
Na ocasião, dois alunos do projeto, Pedro Guilherme e Miguel, participaram do torneio, acompanhados por cerca de outras seis pessoas com TEA. Além de atuar como árbitro voluntário, o instrutor Luciano Gomes teve a oportunidade de falar ao público sobre a iniciativa “Xadrez Autismo”. “Foi de extrema importância a participação desses alunos com TEA no Festival de Xadrez. Isso evidenciou algo fundamental que todos precisam saber, aceitar e compreender: pessoas com TEA e/ou outras neurodiversidades são diferentes, mas nunca inferiores. Cada indivíduo com TEA é único, e respeitar essas particularidades é um passo essencial rumo a uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirmou Luciano.
“O Projeto Piloto de Xadrez foi instituído na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência em 2024, com o objetivo de oferecer um serviço voltado a usuários com Transtorno do Espectro Autista (TEA, nível I de suporte). Considerando que o xadrez desenvolve habilidades relacionadas às funções adaptativas e contribui para a interação e convivência social, essa modalidade tende a abranger uma maior diversidade de perfis entre os usuários atendidos pela SDPD”, explica Maria Luisa Pereira, coordenadora técnica da SDPD.
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Sobre o mestre
Luciano Gomes de Sousa tem o dom de ensinar correndo nas veias: além de lecionar Língua Portuguesa em uma escola no Jardim Júlio, ele também ministra aulas de xadrez, tanto pela internet quanto presencialmente. Casado e pai de um filho com TEA de 9 anos, Luciano é árbitro da modalidade e pesquisador de transtornos do neurodesenvolvimento.
Seu projeto, apoiado tecnicamente pela educadora Natacha Gragnolati, da Universidade de Salamanca (Espanha), conta com o reconhecimento da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) e da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), onde ele é membro do Infinite Chess Project. Saiba mais aqui.
Opiniões
Ricardo Félix da Costa, operador de produção, morador do Jardim Tupan, pai de Sabrina, de 19 anos, estudante do 3º ano do ensino médio: “O xadrez está sendo muito bom pra ela. Eu e a Maria do Socorro (esposa) nos dividimos para trazê-la aqui na SDPD e acompanhá-la nas sessões de equoterapia”, afirma.
Juliana dos Santos de Góis, dona de casa, moradora do Parque dos Camargos, mãe de Fernanda, de 11 anos: “Minha filha está jogando há três meses e já percebi que melhorou a concentração, a interação e o respeito com os colegas. Tá sendo bom para a socialização. Ela faz terapia no Cretea e joga no tabuleiro em casa, mas ainda não conseguiu ganhar do pai (Tiago)”, revela.
Agnaldo Manoel da Silva, motorista de ônibus, morador do Jardim Silveira, pai de Pedro Guilherme, de 19 anos: “Esse jogo de xadrez é ótimo para a socialização dele aqui na SDPD e em casa, onde joga pelo celular. O Pedro está indo bem no curso de Programação de Jogos Digitais na Fieb Aldeia da Serra”, orgulha-se.
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