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Para economistas, varejo confirma retomada

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Segundo economistas, a retomada ainda precisa ganhar mais ritmo para recuperar a perda acumulada de 10,2% entre 2015 e 2016.

O crescimento do varejo em 2017 confirma que o processo de recuperação da atividade está em curso, mas a retomada ainda precisa ganhar mais ritmo para recuperar a perda acumulada de 10,2% entre 2015 e 2016, avaliam os economistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Em dezembro ante novembro, alguns analistas se decepcionaram com a queda da atividade, embora tenham pontuado o efeito negativo da antecipação das vendas na Black Friday e reforçado que o dado na comparação com dezembro de 2016 mostre clara melhora.

A avaliação é de que o consumo deve mostrar menor ímpeto no Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, mas seguir em trajetória de crescimento em 2018, impulsionado, principalmente, pelo efeito da queda do juro e do desemprego.

Em relação ao PIB, o desempenho do varejo no quarto trimestre manteve as projeções inalteradas em alta de até 0,5%. Neste ano, o varejo deve contribuir para alta maior do PIB, entre 2% a 3,9%, depois da expansão de cerca de 1% estimada para 2017.

O varejo restrito caiu 1,5% em dezembro ante novembro e subiu 3,3% na comparação com o mesmo período de 2016. No acumulado do ano, a expansão foi de 2%.

Os resultados ficaram abaixo das medianas da pesquisa do Projeções Broadcast, de -0,50%, 4,50% e 2,20%, respectivamente, mas dentro do intervalo. O varejo ampliado, na contramão, veio melhor que a mediana, mas também dentro do intervalo na margem, na comparação interanual e no ano.

Em dezembro ante novembro, houve queda de 0,80% ante consenso de recuo de 1,05%, frente a dezembro de 2016 a alta foi de 6,4% enquanto a mediana era de 5,70%. No ano, a diferença foi menor. O resultado foi de elevação de 4% e a mediana era de 3,90%.

Apesar do comércio ter contado com fatores pontuais ao longo do ano passado, como a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), os analistas entendem que o ambiente econômico mais favorável contribuiu para reação da atividade ao longo do ano.

Em relação ao dado de dezembro na margem e do quarto trimestre, contudo, alguns analistas avaliam que a redução dos estímulos podem ter diminuído o ímpeto do consumo, embora os dados estejam contaminados pelas vendas na Black Friday que têm mudado a sazonalidade da série da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de outubro a dezembro, explicam os economistas.

“O montante do FGTS foi maior que o PIS/Pasep. Nesse sentido, houve menos estímulo ao consumo no quarto trimestre e a massa salarial parou de crescer tanto como o efeito da desaceleração da inflação. Mas a sensação ainda é de um número bom no período”, avalia o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo. A antecipação dos saques do PIS/Pasep começaram em outubro e foram pagos R$ 2,2 bilhões em 2017. Já os recursos do FGTS foram liberados entre março e julho e injetaram R$ 44 bilhões na economia.

Segundo o economista Luiz Castelli, da GO Associados, como as vendas do varejo e o consumo perderam um pouco de ímpeto no último trimestre e dado que os gastos das famílias têm peso importante na composição do Produto Interno Bruto (PIB), não houve mudança nas projeções para o PIB, mas a indústria e os investimentos ganharam força no período. A GO Associados mantém as expectativas de crescimento de 1,1% para o PIB de 2017 e aguarda alta de 3,2% para o PIB de 2018.

O varejo ampliado, que tem maior ligação com o PIB, cresceu 0,5% no quarto trimestre ante o terceiro trimestre. No primeiro trimestre de 2017, as vendas cresceram 3,5%; no segundo trimestre, 1,9%; no terceiro trimestre, 2,3%.

O economista Yan Cattani, da Pezco, analisa que o dado desfavorável de dezembro pode ser pontual, porque foi muito influenciado pelo setor de supermercados (-3%). “É importante analisar a mudança de tendência. Quase todos os setores subiram um ponto porcentual em média e continuam mostrando aumento gradual do consumo das famílias, com as condições de crédito mais estáveis”, diz.

Para os meses à frente, o efeito da queda do juro e do desemprego, principalmente, devem continuar a estimular o consumo em 2018.

“O resultado de dezembro foi um pouco mais fraco do que esperávamos. No entanto, entendemos que a recuperação em curso dos mercados de trabalho e de crédito deve favorecer uma retomada das vendas neste ano”, afirma o Banco Safra em relatório. O banco estima crescimento do PIB de 0,1% no quarto trimestre, 1% em 2017 e 3% em 2018.

Por enquanto, a GO Associados estima crescimento de 4,0% para as vendas do varejo restrito e alta de 6,0% para o ampliado em 2018.

Fonte: Exame – Foto: Divulgação

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