A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, quase sempre está associada ao cérebro e ao coração, por ser um fator de risco tanto para Acidente Vascular Cerebral (AVC) quanto para infarto. Mas, você sabia que ela também pode comprometer a visão? Pensando nisso, na semana em que se comemora o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26/04), o Hospital Municipal de Barueri (HMB) explica quais complicações podem surgir nos olhos em decorrência da doença.
A hipertensão arterial, doença crônica, é definida quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). Essa pressão faz o coração exercer um esforço maior do que o considerado normal para que o sangue seja distribuído para todo o organismo.
Apesar de não ser tão comum, a hipertensão também pode acarretar em adversidades nos olhos, por esse motivo é fundamental passar em consulta com o oftalmologista regularmente, tanto para identificar a doença de forma precoce, quanto para tratar as possíveis implicações geradas por ela.
“A hipertensão arterial sistêmica, quando descontrolada, lesiona primordialmente pequenos vasos sanguíneos presentes na retina. Quando essas lesões perduram, podem acarretar em hemorragias (quando os vasos sangram excessivamente) e infartos da retina (quando há obstrução da artéria)”, explica Mateus Matuoka, oftalmologista do HMB, que destaca a Oclusão Venosa de Retina como uma das principais consequências da hipertensão, que pode levar à cegueira irreversível de acordo com a gravidade e com o diagnóstico tardio. Trata-se da obstrução de uma ou várias veias que drenam a retina. A garantia de melhores resultados do tratamento, feito com laser e injeção de medicamentos, depende da identificação precoce.
Vale ressaltar que os transtornos oculares podem ser evitados com um procedimento muito simples e indolor: o exame detalhado de fundo de olho, que consiste em utilizar um aparelho chamado oftalmoscópio para projetar luz no interior do olho a fim de possibilitar a observação de artérias, veias e nervos da retina. Em média, o HMB realiza 1.500 exames deste por mês. “Através do exame, alguns sinais observados nos vasos sanguíneos podem ajudar na detecção precoce da doença: constrição ou dilatação, aumento da tortuosidade, aumento do reflexo e cruzamentos patológicos”, esclarece o oftalmologista, que destaca a importância deste tipo de avaliação em consultas de rotina.
Apesar de não ter cura, a pressão alta pode se manter estável com medicamentos e mudanças de hábito. “O principal tratamento é o controle adequado da pressão arterial, através do uso correto dos anti-hipertensivos, a dieta com pouco sódio e exercícios físicos regulares. Já em relação a visão, visitas programadas ao oftalmologista são boas maneiras de se detectar precocemente qualquer lesão”, finaliza Matuoka. Além disso, o especialista acredita que existem outras dicas básicas e fundamentais para cuidar da pressão: reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, não fumar, evitar o nervosismo, praticar atividades prazerosas e retribuir sentimentos positivos.
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