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Luta antimanicomial: Saúde defende direitos de pessoas com transtornos mentais

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Um piquenique no Parque Municipal Dom José, logo na manhã de segunda-feira (dia 13), reunindo frequentadores do local e pessoas em situação de rua, foi a forma como a Secretaria de Saúde de Barueri encontrou para, por meio das equipes de Saúde Mental e Consultório na Rua, chamar a atenção para a Semana de Luta Antimanicomial, exaltada por ações diversas nas unidades de saúde de 13 a 18 de maio.

No Brasil, o dia 18 de maio marca o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em Bauru (SP), e a I Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília, realizados em 1987, fortalecendo ainda mais o movimento da reforma psiquiátrica que iniciou nos anos 70. A luta preza pelos direitos das pessoas com sofrimento mental: por seu direito fundamental à liberdade, viver em sociedade, receber cuidado e tratamento dignos e à cidadania.

Foi a partir desse movimento que os manicômios começaram a deixar de existir. Mas embora os conceitos adotados em manicômios já tenham caído por terra, a luta permanece em nome de uma assistência mais ampla, humanizada e livre de preconceitos direcionada à doença mental.

Serviços especializados
Na ocasião, a terapeuta ocupacional do Consultório na Rua, Caty Cilene F. Teodoro, explicou quais são os serviços indicados para cada situação, indicando os três Centros de Atenção Psicossociais (CAPs) Adulto, Infantojuvenil e Álcool e Drogas, existentes em Barueri, para os casos mais graves, como tentativas de suicídio e dependência química, e as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para os transtornos leves, como depressão, por exemplo.

“Os CAPs são uma rede de assistência psicossocial para substituir os manicômios. Eles oferecem atividades diárias ligadas à recuperação, que é trabalhar o cotidiano dessas pessoas, reorganizar tudo que elas perderam quando viveram no manicômio, se socializar, fazer com que isso seja mais ampliado. E na Atenção Básica também são ofertados, nos casos mais leves, atendimentos psicológicos. Temos uma equipe de saúde mental com psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e fonoaudiólogos”, detalhou Caty.

Os serviços prestados nos CAPs tendem a melhorar ainda mais. Em breve a Prefeitura de Barueri irá inaugurar os três prédios que abrigarão cada um dos Centros, com equipamentos e infraestrutura completamente novos alocados em um espaço ampliado.

Assistência ampla
Também foram convidados a participar da ação representantes de outros órgãos ligados à Prefeitura que atendem pessoas em situação de rua. É o caso da Cáritas, que oferece serviços de abordagem, acolhimento e assistência, além do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SADS).

“Quem é a pessoa em situação de rua hoje? É todo mundo que está em vulnerabilidade social: a gente pega muitas demandas no território de pessoas que estão desempregadas, que têm dependência química, desvinculação familiar e chegam no nosso serviço. A gente oferece uma base de estruturação mínima, as vezes para organização dos documentos, tem o apoio psicológico dentro da casa, enfim, até encaminhar minimamente esse sujeito pra ser reinserido novamente à família ou à sociedade”, explicou a educadora social da Cáritas, Juliana Ferreira Alves de Souza.

O comprometimento de toda a equipe chamou a atenção do corretor de imóveis Josuel Gonçalves de Souza, que parou para ouvir as explanações. “Achei interessante por conta de eles estarem muito dispostos, sensíveis a prestar informações, a se dedicarem ao projeto, a mostrarem essa causa porque é um assunto muito interessante e delicado. Eu percebi que os profissionais estão bem preparados e além da preparação deles achei que estão muito comprometidos com essa causa. Eu acho que isso tem que ser alimentado, tem que ser fortalecido, inclusive por pessoas voluntárias também que podem agregar ainda mais valores nesse projeto”, sugeriu o munícipe.

Para o assistente social Paulo Dobay, do Creas, é importante lembrar que cada pessoa que necessita do serviço tem um perfil diferente e por isso os atendimentos são tão focados e personalizados. Ele elogiou bastante a estrutura disponível na cidade.

“Barueri é um município que tem vários serviços, a gente consegue fazer parcerias e propiciar ferramentas pra pessoa achar outros caminhos e construir algumas soluções, mas nem sempre dá certo. A gente tem várias ferramentas que auxiliam, o município consegue oferecer serviço de acolhimento pra pessoa comer, dormir, descansar, fazer sua higiene, consegue ter acesso aos programas de reinserção no mercado de trabalho, à rede de saúde. Barueri tem uma rede que, de fato, consegue fazer umas ofertas para algumas coisas acontecerem”, pontuou Paulo.

Em nome da luta antimanicomial, a rede de saúde realizou várias outras ações ao longo da semana. Houve rodas de conversas sobre o tema em várias UBSs, uma palestra junto a adolescentes na Emef Julio Gomes Camisão e exposição na UBS Hermelino Liberato Filho.

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