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Grupo ajuda pacientes com transtornos de ansiedade na UBS do Imperial

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Ansiedade é algo natural e positivo, ela garante a sobrevivência da raça humana, o problema é quando passa do ponto, transformando-se em transtorno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mal atinge 264 milhões de pessoas no mundo, das quais 18 milhões são brasileiros (9,3%) – o povo que lidera a lista desse tipo de desordem.

A psicóloga Lívia Issue de Barros e a terapeuta ocupacional Natália Freitas, que atuam na UBS Armando Gonçalves de Freitas, do Parque Imperial, notaram, juntamente com outros colegas, que a incidência de transtornos de ansiedade estava aumentando bastante na unidade, criando até filas para o atendimento psiquiátrico. Foi então que decidiram criar um grupo específico para auxiliar esse público.

“Temos vários pacientes que trazem essa queixa em relação à ansiedade, mas o que deu o start foi a lista de espera muito grande para passar pela psiquiatria e muitas dessas pessoas a gente nunca tinha visto. Às vezes a questão não necessariamente precisa desembocar na psiquiatria, tem outras estratégias que podem ser usadas ou junto ou antes da psiquiatria”, explica a terapeuta ocupacional Natália.

A psicóloga Lívia destaca que a ideia é “fazer as pessoas se apropriarem um pouco do que é essa ansiedade delas, de onde vem, o que elas podem fazer com isso, e aí a gente pensa em outros tratamentos que não só com remédios”.

Atenção multidisciplinar
O Grupo de Ansiedade nasceu em março de 2018 e já está em sua 5ª turma. A cada edição ajustes vão sendo feitos e a aceitação é tão boa que os encontros passaram de quinzenais para semanais. A proposta, que define um total de 10 encontros, também é multidisciplinar, pois conta com outros profissionais de saúde, como nutricionista, enfermeiro, psiquiatra e fonoaudióloga, dentre outros. O trabalho também é feito em sintonia com os clínicos-gerais da unidade, uma vez que é neles que chegam as primeiras queixas dos pacientes quanto ao problema.

O cuidado também se estende a casos de depressão que, de acordo com as especialistas, anda de mãos dadas com a ansiedade. Natália afirma que, em muitas das vezes, as pessoas trazem as duas questões. “Às vezes a depressão está mais forte e mascara sintomas de ansiedade e às vezes a ansiedade está mais forte e mascara sintomas de depressão. Já que a gente vai olhar essas pessoas, vamos olhar os dois males principais que a gente tem encontrado.”

A ajuda e compreensão da família também se tornam, constantemente, tema das conversas. “Tem um dia que a gente convida também os familiares, porque muita gente fala que eles não entendem, dizem que é frescura ou que está ficando louco. Tem uma série de questões e a gente convida pra eles verem que é um processo de tratamento de saúde”, ressalta Natália.

Protagonistas da própria saúde
Conscientizar os pacientes de que eles são protagonistas da própria saúde é a prioridade da equipe, por isso eles municiam os participantes com conteúdos técnicos focados no autocuidado. “Quem cura a ansiedade é você, não é o médico, não é o remédio, não é nada. É o emocional de vocês que não foi trabalhado e começou a dar problema”, frisou a psicóloga em um dos encontros.

Seguindo esse princípio, os profissionais abordam questões como respiração, momentos de crise, organização de cotidiano pra diminuir disparadores de ansiedade, exercícios que podem ser feitos sozinhos, importância da meditação no processo de autocuidado, atividade física, tratamentos alternativos como auriculoterapia, acupuntura, dança, análise da história pessoal para identificação dos gatilhos, importância de atividades criativas e do fazer humano e muito mais.

Os grupos estão entre os pilares da Atenção Básica no Brasil e desempenham importante papel na cultura da prevenção: princípio básico do SUS (Sistema Único de Saúde). “Quando as pessoas conseguem entender que a psicologia é uma coisa importante na vida, acham que só a psicologia individual resolve. O dispositivo grupal está dentro dos estudos de psicologia, de terapia ocupacional, da saúde, e é uma ferramenta que a gente usa. Lógico que cada ferramenta tem sua especificidade e uma do grupo é justamente isso: você reverbera aquilo que o outro falou. Tem sido bacana, as pessoas têm se aberto”, garante a terapeuta.

Quem quiser participar do Grupo de Ansiedade deve procurar a equipe para registrar interesse e garantir uma vaga.

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