Andrew e Francisco, moradores de Barueri, nem se conhecem mas têm algo em comum: são atletas dedicados e pais responsáveis. Prova cabal de que é possível se dedicar ao esporte sem descuidar de outras responsabilidades.
A prática do esporte, seja ela profissional ou amadora, traz muitos benefícios aos atletas e também integra pais e filhos. Geralmente são os pais que acompanham os filhos na prática do esporte, mas o oposto também tem ocorrido com frequência.
Andrew, o karacateca
Como conciliar as atividades de lutador, técnico, professor e árbitro de karatê com as obrigações de pai? Pergunte a Andrew Rodrigo Ramos Marques, de 33 anos, que é faixa preta 3º dan e pratica a arte marcial desde a infância.
Além das aulas presenciais que ministra três vezes por semana na Academia de Artes Marciais do Barueri Esporte Forte, Andrew dá treinamentos on-line para sua equipe de competições e atua como instrutor particular de defesa pessoal.
Seu dia começa bem cedo quando ele leva a esposa Luciana, com quem está há 13 anos, ao trabalho e deixa a filha Lorena, de quatro anos na escola. O filho Luan, de 18 anos, faixa roxa da modalidade, vai e volta sozinho de suas atividades profissionais e escolares.
Andrew já disputou muitos torneios dentro do país e também no Japão e na Irlanda, o que lhe garantiu muitos títulos individuais e coletivos. Nada que o impeça de fazer o que mais gosta e ainda receber o apoio do filhão: “já estivemos juntos em muitos torneios. Estou sem tempo agora, mas pretendo voltar muito em breve a praticar o karatê com ele”, sonha Luan.
Nos momentos de lazer, o morador do Jardim Belval adora brincar de artes marciais com a filha Lorena, mas tem uma frustração: “consegui colocar o quimono nela somente uma vez”, confessa.
Francisco, o papai bom de bocha
Francisco de Assis Geraldo veio da Paraíba há quase 50 anos. Aposentou-se como metalúrgico em 1997. Morador do Parque dos Camargos, passava pela cancha de bocha, mas nem prestava muita atenção. “Eu trabalhei em Osasco e em São Paulo. Saía bem cedinho e voltava cansado”, justifica.
A paixão surgiu há cerca de 20 anos, quando começou a frequentar a cancha de bocha. Ele conheceu a modalidade, gostou e passou a integrar a equipe do Barueri Esporte Forte nos diversos campeonatos que são promovidos pela Federação Paulista e pelas ligas regionais do esporte.
Hoje com 75 anos, é um dos mais veteranos e entusiasmados bochistas da equipe. Os filhos André, de 42 anos, e Adriana, de 38, já assistiram aos seus jogos em Barueri. A esposa, Maria do Socorro, mais participativa, chegou a acompanhá-lo em viagens. “Adorava assistir aos jogos do meu pai; só parei de ir porque estava dando azar pra ele”, revela o filho André.
Francisco possui um número significativo de medalhas individuais e ajudou a conquistar muitos troféus para Barueri. Além de participar da bocha, ele é o encarregado de organizar as refeições que são fornecidas aos integrantes das equipes visitantes.
Um slogan escrito na cancha de Barueri revela que a bocha é o “esporte que faz amigos”. Os campeonatos estão suspensos durante a pandemia, mas deverão voltar em breve. A equipe já reiniciou os treinamentos, apesar da perda de um integrante.
A cancha foi reformada recentemente e está agora no mesmo padrão das demais associações de bocha do Estado. Motivo de alegria para Francisco: “quero poder viver outros 20 anos para continuar participando”, declara.
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