No dia 29 de junho a Secretaria de Saúde, por meio da Coordenadoria de Atenção Básica em Saúde (Cabs), promoveu uma capacitação com equipe multidisciplinar sobre Alimentação da Criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista). O evento teve o objetivo de encontrar ferramentas que auxiliam tanto os profissionais quanto a família para encontrar caminhos seguros com relação à saúde nutricional de crianças e adolescentes dentro do Espectro Autista.
“Dentre os desafios impostos pelo TEA, a alimentação é um deles. A pessoa com TEA pode ter hábitos alimentares restritos e pode ser muito resistente a introdução de novos alimentos. Esse encontro propõe construir, por meio de evidências científicas e o que vivenciamos na prática, ações de cuidado a partir da Atenção Básica”, explica Daniele Menezes, diretora técnica de Nutrição da Cabs.
Múltiplos saberes
A ação foi conduzida por duas nutricionistas especialistas na área: Maria Fernanda Petroli Frutuoso e Bruna Muratti Ferraz de Oliveira.
Dividida em duas turmas, a capacitação oferecida aos enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) partiu de múltiplos saberes.
Os participantes apresentaram as principais dúvidas sobre tema, tais como: quais ferramentas podem ser utilizadas? Como amenizar a angústia dos profissionais e familiares diante de impasse alimentar? Quando a seletividade alimentar pode se tornar um problema? Como estimular a alimentação sem julgar? Dentre outras questões.
Desafios
Dentre os desafios debatidos, estava a seletividade alimentar, muito presente nas crianças com TEA, e comportamentos alimentares repetitivos, dificultando a introdução de novos alimentos ou que podem causar algum desiquilíbrio nutricional.
“A comida é um ato social e multissensorial, e nas crianças com TEA isso é colocado muito em cheque, e não atender a alimentação esperada é angustiante. É preciso construir junto um caminho de uma alimentação possível. Isso não acontece de um dia para outro, não é simples, mas pode ser enfrentado”, disse a nutricionista Maria Fernanda Petroli Frutuoso.
A nutricionista Bruna Muratti apresentou as experiências exitosas aplicadas em crianças e adolescentes com TEA no quesito alimentação com a proposta de envolvê-los no preparo da comida, na separação dos ingredientes, no processo de compra, simulando feiras e outras atividades.
“A nutrição tem o foco do nutriente, às vezes é preciso se abrir paras outras possibilidades, porque mesmo se a criança não consegue comer, ela se envolve de outras formas, ao tocar e produzir a comida ela é estimulada de outras formas”, ponderou Bruna.
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