O espetáculo teatral “Escolas de Mulheres” será apresentado no Centro de Eventos na sexta-feira, dia 16, às 20h. Dirigido por Clara Carvalho, a peça celebra os 400 anos de nascimento de Molière (1622-1673), que escreveu o texto em 1663. Os ingressos gratuitos serão distribuídos uma hora antes do espetáculo. A classificação indicativa é de 12 anos. O Centro de Eventos está localizado na Avenida Sebastião Davino dos Reis, 672, Jardim Tupanci.
Protagonizada pelo ator Brian Penido Ross, esta montagem revela a potência feminina e a força do amor se opondo ao conservadorismo burguês e ao machismo. Na história, que se passa no período de 24 horas, tendo como único cenário uma praça, Arnolfo repele frontalmente a ideia de ser traído, e para isso educa uma jovem para que se torne a “esposa ideal”.
“Arnolfo é um burguês de meia idade e está sujeito às convenções do amor e do casamento, ao contrário do comportamento libertino dos homens e mulheres da corte de Luís XIV. Ele faz toda sorte de intrigas sobre homens que foram traídos e deseja obsessivamente não se tornar um deles”, explica Brian Ross. As mulheres de Molière são inteligentes, perspicazes e empoderadas, fazendo com que o plano de Arnolfo não seja tão fácil assim.
Além Brian, o espetáculo tem no elenco Ariel Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Leandro Tadeu, Luiz Luccas, Rogério Pércore e Vera Espuny.
O machismo patológico é escancarado, ridicularizado e, sentimos um viés francamente feminista”. É esse viés que queremos colocar em cena”, comenta Clara Carvalho. A peça, que foi um sucesso estrondoso na sua estreia em Paris, e gerou infindáveis discussões sobre a polêmica comportamental que trazia.
Por conta disso, Molière escreveu, logo depois de sua estreia, uma outra peça para responder a seus detratores: “A Crítica à Escola de Mulheres”, que a produção pretende montar ainda em 2022.
Brian Penido Ross comentou ainda as características de seu personagem e as comparou com outros clássicos do autor. “Molière tem uma galeria genial de personagens com comportamentos compulsivos, como Argan, de “O Doente Imaginário”, ou Harpagão, de “O Avarento”. Em um momento em que o Brasil está lidando com pautas conservadoras e repressivas, rir de Arnolfo e acompanhar a rápida e comovente evolução de Inês em sua compreensão do mundo é muito salutar”.